Embora não seja a capital do Marrocos (Rabat ostenta tal título), Casablanca – nossa primeira parada – é o centro econômico do país, onde estão localizados o poder financeiro e o principal porto marroquino.
Do mesmo modo, a cidade que em 1906 tinha um total de 20 mil moradores e que conta hoje com 4 milhões de habitantes, é aquela que o viajante pode chamar de a “mais ocidentalizada” no Norte da África – retratada já em 1942 no filme “Casablanca”, com Ingrid Bergman e Humphrey Bogart (a película, todavia, foi rodada nos estúdios de Hollywood, e não no Marrocos).
Interposto importante, a cidade foi palco de espionagem durante a II Guerra Mundial, tendo servido, inclusive, para encontros (hoje nem tão secretos) entre figuras do calibre de Winston Churchill e líderes norte-americanos. Chamada de “Cidade Branca” – os marroquinos gostam de dar “cores” às suas localidades (Marraquexe é a “Cidade Vermelha” e Chefchaouen, a “Cidade Azul” – vamos para ambas, também), o que mais chama a atenção em Casablanca, porém, é a imponência ostensiva da bela Mesquita Hassan II. Construída às barbas do Oceano Atlântico, entre 1985 e 1993 (data da inauguração), com um custo total de mais de 500 milhões de Euros (uns R$ 2.000 bilhões), a edificação tem sistema de aquecimento no soalho, portas elétricas e resistência sísmica e é o templo mais alto do mundo, com 210 metros de altura. De quebra, é uma das poucas mesquitas do mundo que permite a visita (guiada) de não muçulmanos.
Como chegar
Há voos diários partindo de São Paulo – por cerca de R$ 2,8 mil (ida e volta). A cidade, geralmente, é utilizada como ponto de partida para quem quer desbravar o Marrocos, bem como para algumas pessoas que conseguem aproveitar as promoções de voo à Europa, oferecidas pela principal companhia do país, a Royal Air Moroc. Detalhe: caso você esteja voando para a Europa e sua escala em Casablanca te obrigue a passar uma noite na cidade, a Royal Air Maroc banca hotel e translado.

Do aeroporto Mohammed V (que recebe 6 milhões de passageiros por ano), até a cidade de Casablanca a dica é pegar o trem que fica no subsolo do próprio aeroporto. De lá, há três opções de desembarque, sendo duas delas próximas ao Centro (Casa Voyageurs e Casa Port). Eu desci na última, pois fiquei num hostel aos pés da Mesquita Hassan II e próximo à Medina (cidade antiga). O custo da passagem foi de 43 Dirhams (algo em torno de R$ 18) e o deslocamento levou cerca de 50 minutos.