Chegamos ao terceiro post da série de Vanessa Mathias, colaboradora do blog de viagem Chicken ou Pasta, que conta sobre sua experiência na França, estudando francês e culinária francesa. Neste relato, nossa nova Viajante CI deixa Paris para chegar em Nice e descobrir uma ótima novidade. Curiosos? Para descobrir, continue lendo. 🙂
Senhores passageiros, tivemos que parar o trem porque um porco selvagem atravessou a linha e o motorista está fora avaliando os danos. Informaremos em seguida o tempo de atraso na sua chegada à Nice”.
Pensa em uma pessoa muito feliz. Mas MUITO feliz mesmo. Não que eu seja particularmente fã de atrasos no trem. Muito menos tenha uma tremenda falta de compaixão ao finado leitão. O estado de contentamento deveu-se ao perceber que entendi todo o anúncio. Em francês. Após 3 semanas de curso.
O progresso do seu cérebro é incrível. Com a ajuda de mímica, discursos simplificados e uma boa dose de cara de pau, conversas quase completas já eram perfeitamente possíveis. Perguntar ao garçom o que vai naquela sopa. Discutir a repercussão dos ataques terroristas ao Charlie Hebo no cabeleireiro. Jogar conversa fora com o francês gatinho no bar. Afinal, tudo é pretexto para um workshop de conversação absolutamente gratuito.
O melhor de compreender francês é finalmente entender que diabos eu estou fazendo na aula de culinária. Após ter colocado açúcar no creme de brócolis, servido cru o peixe e quase matado um alérgico coleguinha ao informar que não havia amendoim na sobremesa, é confortante compreender quase tudo que sai da boca do chef.
O chef, por sua vez, continua pedindo para cortar os cubos de cebola em cubos iguais. Mas coordenação não colabora. “Pardon, je ne compri pas”. Melhor, dessa vez, fazer de conta que eu não tinha entendido.
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Nas melhores viagens, até os imprevistos tëm suas partes positivas. Se você também sonha entender tudo que estão falando, em um trem, numa loja, em um bar, não deixe de conversar com a gente sobre o seu próximo curso de idiomas! Caia no mundo, a CI te leva! 🙂