Qualquer guia de viagem para a Inglaterra hoje vai dizer que uma visita à Londres não está completa sem uma parada numa das casas de curry de Brick Lane.
E, realmente, poucas coisas são mais características desse turismo étnico que Londres oferece com tanto fervor. A imagem da London Tower e London Bridge pode facilmente ser substituída por uma de prédios de tijolos cobertos por fog e neons que anunciam “balti”, “tandoori”, “masala”, “halva”, “kebab” e afins.
Certamente cada visitante frequente ou morador tem seu prato e restaurante preferido. É difícil escolher onde ir no meio de tantas opções. E é fácil colocar tudo dentro do mesmo pacote “comida asiática picante”, mas nada poderia estar mais longe da verdade. Cada restaurante e cardápio tem suas suas raízes étnicas e familiares e, acredite, você pode passar a vida experimentando pratos diferentes e nunca repetir o mesmo sabor.
“Curry” é um termo bem elástico, que define de forma bem abrangente uma mistura de temperos usados em cozidos da Índia, Paquistão, Bangladesh, Tailândia e outros países asiáticos. É extremamente popular na Europa e no Japão e pode ser feito com qualquer tipo de carne animal, frutos do mar, vegetais, frutas. São normalmente coloridos e nem sempre picantes.
Nas curry houses de Brick Lane, no coração de Banglatown, você vai achar todas essas combinações, de diferentes etnias e com nomes variados. O pão fininho chamado naan ou arroz branco são os acompanhamentos mais comuns.
Na tentativa de vencer a concorrência, cada salão e cozinha tem seus prêmios para exibir: “melhor chef no Curry Masters 2010”, “melhor curry no Spicy Awards 2012”, “campeão do Curry Town 2012”, “troféu Ethical Good Food 2011” e por aí vai.
Os restaurantes não deixam por menos na hora de conquistar um novo cliente. O porteiro nem sempre simpático de prontidão na entrada espera por aquele casal sueco que olha o cardápio da vitrine tentando decidir onde comer e praticamente o empurra pra dentro – a cidade tentou baixar uma lei contra isso. Não caia nessa: ignore e continue andando. A experiência também diz que nem sempre o mais barato vale a pena. Na dúvida, vá pela tradição: o confiável blog sobre os segredos do East Side londrino Spitafields Life fez esse simpático retrato da Sweet & Spicy, que está na área desde os anos 60.
Se a ocasião da visita não permitir uma refeição mas pedir um snack, tudo bem: você pode escolher um dos deliciosos bagels do Bagel Bake, no extremo da rua perto de Bethnal Green. Ou uma samosa (pastel indiano muitas vezes com recheio vegetariano) e um doce misterioso chamado gulab jamum (bolinho frito feito com leite e especiarias) numa das muitas casas de snacks que você também encontra na rua.
Mas, acredite, não tem segredo: confie no seu espírito de aventura, escolha um e vá em frente.