Quando pensei em fazer meu curso, tentei imaginar uma cidade na Europa onde não houvesse tanto brasileiro quanto Londres e que tivesse grande oferta de entretenimento. De fato, acredito ter feito uma ótima escolha tanto de cidade quanto de escola.
A Kaplan Aspect é uma das opções que temos de oferta para clientes com maior abrangência no mundo; Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Irlanda. Sempre tive um feedback muito positivo por parte de meus clientes e agora comprovo aqui. O procedimento do primeiro dia, é basicamente o mesmo de todas as outras: É feita uma apresentação do staff, procedimentos de segurança, estrutura dicas de transporte, telefones de emergência, suporte para dúvidas mais simples, informações sobre as leis do país, e por fim, o teste de nível; bem simples, dividido entre questões de múltipla escolha, perguntas discursivas e a elaboração de uma mini resenha sobre a importância do aprendizado do inglês para você.
A primeira semana, foi bem produtiva, apesar de ter começado em um nível que considerei fraco para mim, mas não reclamei, resolvi dar um voto de confiança na avaliação deles, trabalham com isso, devem saber melhor do que eu o que estão fazendo e não me arrependi; o professor (Mattew, muito atencioso, daqueles que passam exercício e percorrem a sala observando a nossa escrita e corrige os erros sempre que preciso) me chamou reservadamente e disse que observando meu desempenho achava que na próxima semana eu já poderia estudar em uma turma mais avançada. Ponto para eles, senti o que todo estudante (principalmente aqueles que tem pouco tempo) quer, ser observado atentamente.
Mas nem tudo é obrigação, certo? Estou aqui para fazer amigos também e acredito que você que está lendo deve se perguntar como é o público e de onde vem. Pois bem, vou mostrar o que vejo num curso de inglês na Europa, mas isso pode variar de país para país; maioria absoluta: orientais; é só raciocinar; eles são a maioria esmagadora da população mundial, e como toda escola conta com um critério chamado “mix de nacionalidades” a distribuição de etnias por turma funciona bem. Em seguida, vejo uma grande quantidade de árabes, (sauditas e iranianos), turcos, italianos, espanhóis e venezuelanos.
Foi uma análise de certa forma pré-matura, eu viria comprovar isso no quarto dia de aula; durante uma conversa em francês com Yannick, (um amigo que fiz de origem congolesa) duas meninas cumprimentaram-no e nos convidou (em inglês) para o aniversário de uma delas, que seria comemorado naquela noite em um pub próximo à escola. Yannick me perguntou se não as conhecia, disse que não, e ele disse: são brasileiras!!
Tenho que confessar; prometo rever um ponto de minha orientação de pré-embarque aos estudantes; a de não falar com brasileiros em hipótese alguma! Bobagem; puro radicalismo. Fácil de falar, difícil de cumprir… uma longa conversa com Mel e Natália, me mostrou que amizade entre brasileiros no exterior, não é necessariamente sinônimo de atraso no aprendizado; pelo contrario; podemos nos ajudar nos corrigindo entre si e outra coisa que constatei: até conhecê-las, eu andava meio tenso e mau-humorado, com uma certa dificuldade em me relacionar com os outros estudantes.
Não podemos esquecer que esse comportamento de sair puxando assunto com desconhecido, aperto de mão, abraço, é quase que exclusivo de brasileiro, outros povos meio que demoram um pouquinho assimilar isso, sentir que corria o risco de sair daqui no fim de 4 semanas com 2 ou 3 amigos. Estava começando a me irritar, o desconforto estava interferindo até no meu desempenho nos estudos.
Bem voltando às meninas, endosso o título do meu blog: o mundo realmente dá voltas, Natália é cliente da CI de São Luiz, Mel veio pela loja do Tatuapé, ambas estão na turma preparatória para o IELTS (e ontem, para minha surpresa, conheci outra Natália, cliente de Campinas!! ainda não a conheço bem, mas provavelmente ainda vou falar dela por aqui). As duas primeiras me deram várias dicas sobre tudo que precisava; supermercado barato, melhor forma de transporte para viajar pelo país, museus mais interessantes, pubs, por onde andar, por onde não andar (super importante em qualquer cidade do mundo!!), algo que não conseguiria com ingleses, é difícil fazer amizade com locais em tão pouco tempo, e não é exatamente o tipo de informação que conseguiria em minha “família”.
Concluindo, aprendi uma lição: não vale radicalismo nem isolamento, quando o assunto é fazer amigos. Mas que uma coisa fique bem clara, chega a ser grosseria falar português na presença de amigos estrangeiros, seja gentil. Não esqueça que você tem pouco tempo pra praticar e a necessidade faz o hábito.
Agora, de posse de dicas preciosas e mais “aliviado” por saber que não estou “tão sozinho” aqui, começo a curtir mais a cidade. Vejo que é possível sim me divertir por aqui. Não há só o lado underground; pra quem gosta, a cidade tem um shopping enorme, o Arndale com varias lojas de departamento e grifes famosas onde está também o supermercado com os melhores preços daqui; o ALDI, onde você pode desmistificar a lenda de que o custo de vida na Europa é alto, é possível comer muito aqui gastando pouco, (aliás peço licença aqui para criticar a comida do Reino Unido de uma forma geral, nunca estive em um país onde os alimentos à disposição no mercado são tão insossos, sem sabor algum, assim é fácil ser magro!!).
Para quem não gosta de noite underground nem rock alternativo, uma galeria chamada “printworks” abriga os mais famosos night clubs da cidade. “Opus” e “Pure” estão entre os mais frequentados. Aqui funciona como deveria ser no Rio, onde se paga caro só para entrar; o valor para entrar na casa é simbólico; cerca de £2 a £5, paga-se o que consome, e na saída, você ganha uma pequena marca de carimbo na mão, o que te deixa livra para entrar e sair na hora quiser, simples e inteligente, não?
Acha que brasileiro “metem o pé-na-jaca” na noitada?? Venha para a Inglaterra, vi muita gente saindo cambaleando na saída e alguns até agressivos entre si, sei que não dá pra tirar uma conclusão só no primeiro sábado, quero acreditar que a vitória do Manchester United de virada pra cima do “arqui-rival” Liverpool, tenha exaltado os ânimos dos mais fanáticos por futebol. No próximo sábado quero circular por cantos mais alternativos, preciso ouvir guitarras, baixos e baterias em pubs, algo mais condizente com meu habitat natural.
Enfim, a superação da fase de adaptação faz com que o feedback será mais doce, honesto e livre de ressentimentos, dá sim, pra ser feliz aqui, mas acho que não moraria na Inglaterra. Por quê? Tenho aversão à chuva. Daí você me pergunta: Dá pra tirar uma conclusão sobre um país a partir de uma só cidade? Acho realmente que não, mas em breve vou poder responder isso: ontem me dei conta que o feriado da semana santa é comemorado em quase todo mundo, por isso, parto pra Londres dia sexta 01 à noitinha e só volto segunda dia 5 no meio da tarde, mais o resultado disso, com certeza vai gerar um post enorme, até lá, vou “soltando” mais alguns sobre MCR.
Vou “fechando a tampa” por aqui…
Abraços, para meus pais e amigos, sinto saudades!!