Entrevista com Luiz Angelo Giacobbo, nosso Viajante CI de 84 anos

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A gente teve o prazer de bater um papo com Luiz Angelo Giacobbo, o nosso Viajante CI mais experiente, digamos assim. Luiz tem 84 anos e em agosto ele viajou para Vancouver para fazer um curso de inglês que tinha vontade de fazer há muito tempo.

Nesta entrevista, ele conta os detalhes de sua experiência e mostra que idade não é impedimento para fazer planos ou aquilo que tivermos vontade. E, se envolver viagem, conte com a CI que a gente te leva. 🙂

Blog – Conte um pouco sobre você e como surgiu o interesse de fazer um curso no exterior?

Luiz Angelo – Eu tenho já 84 anos e o inglês sempre foi do meu interesse porque eu não tive inglês na época de colégio. Na época, era o francês que predominava. Depois da Segunda Guerra Mundial, o enfoque passou para o inglês que se tornou uma língua universal.

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Blog – Quais os fatores que te fizeram escolher o Canadá, entre outros países, para estudar inglês?

Luiz Angelo – Um familiar fez um curso na mesma escola onde agora eu estive. Eu já tinha viajado ao Canadá, mas a escola fica em uma região canadense diferente da que eu conhecia. Antes, eu conheci o leste do Canadá e agora fiquei conhecendo o oeste.

Blog – Qual foi a sua opção de hospedagem? E como foi a experiência?

Luiz Angelo – A opção de hospedagem foi uma casa de família, primeiro, porque em uma residência estudantil eu não teria a tranquilidade e a liberdade que teria na outra opção. Outra, é que também vagas nas escolas de estudantes não são tão fáceis de se conseguir.

Em 20 minutos de trem eu já estava na escola e havia trens em abundância. Um trem ia desaparecendo no horizonte e logo aparecia um outro do outro lado, o tempo de espera era de no máximo 5 minutos.

A minha experiência foi bem diferente. A casa de família não era de canadenses e, sim, de filipinos. Eles tinham 3 filhos adultos que já não moravam na casa. A dona da casa era enfermeira e o marido trabalhava na alfândega do aeroporto, um homem muito disposto e muito atencioso.

Nesses 50 dias, houve uma sucessão de estudantes que passaram por lá. Três deles ficavam no subsolo, eu estava no andar intermediário e a família residia no andar de cima e ainda havia mais um quarto que poderia ser eventualmente ocupado por estudantes.

Nos últimos dez dias, minha esposa também veio ao Canadá. O dono nos ofereceu hospedagem para continuarmos mesma casa e ficarmos lá até o dia 20 de setembro.

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Blog – E a sua rotina durante o curso? Quais eram as atividades?

Luiz Angelo – Levantava às 5, saia 7h30 e em questão de 20 minutos eu já estava na escola. Recebia o (jornal) Metro em inglês e ficava até o começo da aula lendo o jornal. Por meio dele, tive conhecimento de vários eventos que aconteciam em Vancouver naquela época, como quando osgêmeos, gaúchos, naturais de Guaporé, famosos no mundo inteiro, concorreram para fazer uma obra em Vancouver em uns silos de concreto da uma indústria cimenteira. Osgemeos fizeram um trabalho de grafitagem tão importante que tornou o lugar um ponto turístico no Canadá.

Blog – Na sua opinião, qual é a maior diferença no seu nível de inglês antes e depois da viagem?

Luiz Angelo – Fiz o curso de nivelamento no momento que entrei. Eram 17 alunos oficialmente, mas nivelava para menos, pois muita gente começava o curso e depois ia fazer turismo. Nos 43 dias, eu não perdi nenhuma aula. A professora era muito clara nas explicações e a escola contava com diversos recursos audiovisuais. A sala tinha uns quadros móveis, que poderiam ser empurrados para cima, para baixo e para o lado e a explicação de toda a aula ficava todinha no quadro. Muitos dos meus colegas usavam o smartphone para fotografar toda a exposição.

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Blog – E os outros alunos? De quais nacionalidades eles eram? O entrosamento foi fácil?

Luiz Angelo – Em termos de nacionalidades, a escola foi muito rica, pois os temas das aulas abordaram aspectos que tinham a ver com os costumes dos diferentes países. Você ficava conhecendo detalhes da vida no Japão, na Coréia, na Arábia Saudita. Desde a organização da família, filhos, tudo o que você possa imaginar que possa caracterizar os perfis de cada nacionalidade. Aspectos culturais, valores de cada cultura desses e isso foi uma experiência impagável.

Blog – Na sua opinião, qual é a maior diferença no seu nível de inglês antes e depois da viagem?

Luiz Angelo – Bom, como eu fiz a avaliação antes e depois, eles escreveram no meu certificado que o meu progresso foi de 10%, o que eu considero satisfatório. Ele baixou muito porque o meu listening não é bom. O listening é difícil aqui, se eu ouço a BBC ou alguns filmes que falam devagar, eu entendo tudo. Mas quando eu ouço nativos falando a coisa muda de aspecto.

A população de Vancouver, ao que me pareceu, é de muitos estrangeiros. Um recanto asiático fora da Ásia. O inglês que falam é pronunciado ao ritmo do japonês, do indiano, do coreano, da Arábia Saudita, do Egito e assim por diante. Às vezes, no solavanco, às vezes, um sotaque que não dá pra entender. Muitas vezes, eles pegavam o smartphone, escreviam as palavras e só assim eu entendia. Era uma forma da gente se aproximar e trocar ideias.

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Luiz Angelo – Nos últimos dias, fomos a Victoria, subimos o Belvere que fica no centro de Vancouver, jantamos com a família e passeamos por vários locais. O dono da casa, Seu Leonardo, não poupou esforços para nos levar um sábado inteiro por toda a Vancouver e ainda nos arredores para nós termos uma ideia mais completa da cidade.

Estive em um lugar chamado Bush Garden. Uma família transformou uma propriedade em torno de 30 e 40 hectares em um ponto turístico de jardim. Você chega lá e tem flores de tudo quanto é cor e proveniência. O jardim é todo organizado com passeios, com irrigação, com paisagens belíssimas. É uma tarde que você passa lá dentro e sempre tem uma nova surpresa.

Victoria, onde nós também estivemos, uma das cidades mais antigas e a capital de British Columbia, é equivalente à São Paulo. Lá tem um parlamento que é uma obra de arte. De noite e de dia, eles já tem aspectos diferentes que atraem o interesse do turista. De noite, ele fica todo iluminado e, de dia, você vê aquela imponência austera de construção inglesa que impressiona pela seriedade das coisas que deverão ser tratadas lá dentro. Ao menos, na aparência de tudo isso.

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Blog – A sua esposa foi ao Canadá te encontrar na última semana. Como foi o reencontro? Ela gostou do país?

Luiz Angelo – O reencontro após 40 dias e ainda mais um reencontro no exterior, em uma outra cultura, em outro meio, tem um sabor completamente diferente. Um reencontro de duas pessoas que estavam separadas há muito tempo e que tinham saudades uma da outra. Ela gostou de muitas coisas de lá. Ela não gostou que nós não tivemos tempo suficiente para visitar tudo aquilo que ela gostaria e eu gostaria de visitar.

Blog – No geral, qual a nota que você dá para essa experiência?

Luiz Angelo – Sempre que a gente tem contato com uma outra cultura, aprende uma outra coisa e a riqueza que toda essa cultura tem, variando desde a construção a concepção de vida, a língua, os valores, tudo isso enriquece.

A gente aprende a não pensar que nossos valores são únicos e que não há outros valores a não ser os nossos. Cada cultura, cada país, tem seus valores e eles se impõem por sua própria cultura. E não pode ser somada a nenhuma outra porque são grandezas de ordem diferente. Você não pode somar gatos com laranjas.

Eu daria uma nota diferente para diferentes aspectos. Mas no todo eu daria uma nota acima de oito. Sendo que vários deles chegaram e até passaram de dez.

Blog – Depois dessas seis semanas, você tem planos de voltar ao Canadá ou fazer cursos em outros lugares do mundo?

Luiz Angelo – Planos enquanto a gente está vivo sempre tem. Quando não tem mais plano nenhum, aí a coisa fica difícil, aí a vida está terminando. Enquanto a gente vive é bom ter plano. Porque viver é sempre perseguir um objetivo.

Blog – E quais são as suas dicas para quem é da terceira idade e gostaria de fazer um curso de línguas?

Luiz Angelo – Aproveite e vão logo. Preparem-se. Primeiro precisa ter os aspectos legais totalmente satisfeitos. Tanto daqui para sair, quanto lá quando se entra. Porque o maior problema é quando se chega em um lugar no exterior e não se tem tudo em dia.

É bom ter uma certa folga financeira para imprevistos que sempre surgem e ter planos objetivos sobre o que fazer lá. Quando se chega no destino sem um objetivo acaba-se visitando uma loja, um restaurante ou ficando numa mesmice que não vale à pena.

Quando se tem um plano, conhecer os aspectos geográficos, culturais, conhecer algo da organização daquele país, aí a vida da gente é insuficiente para explorar todos aspectos que uma viagem ao exterior pode trazer.

Para o idoso, não são os anos apenas que contam, é a nossa cabeça o que nós torna velhos ou novos. Enquanto tivermos planos e vontade de viajar, tratemos de nos manter saudáveis e viajemos, porque a vida parada vendo televisão, sentados no sofá, isso aí nos aproxima do outro lado, acelera nossa chegada lá, o que não é interessante.

Gostou da experiência de seu Luiz? Compartilhe para encorajar os mais jovens e mais velhos a irem atrás de seus sonhos! 🙂

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