A FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) é um festival literário que rola na cidade fluminense de Paraty desde 2003 e traz algumas grandes personalidades da literatura, cinema, artes plásticas, quadrinhos entre outros para palestrar e conversar. Atualmente, o festival é considerado um dos maiores do mundo!
Todo ano é escolhido um grande escritor para ser homenageado. A edição de 2012 comemora os 10 anos do festival e celebra a vida e a obra de Carlos Drummond de Andrade, o notável poeta e escritor modernista brasileiro. A escolha não foi por acaso, além de ser um dos maiores nomes da literatura nacional, em outubro, Drummond faria 110 anos se estivesse vivo. Uma homenagem mais que justa!
O festival começou nesta quarta-feira (dia 04/07) com abertura do ilustre cronista e cartunista, autor de mais de 60 livros, Luis Fernando Veríssimo, que falou sobre o valor da literatura. Em seguida, o crítico e escritor Silviano Santiago e o filósofo e poeta Antonio Cícero prestam sua homenagem a Drummond e sua relação com o século XX. O primeiro dia do festival se encerrou com um show de Lenine, um dos grandes nomes da música brasileira e uma das principais atrações da FLIP 2012.
Na quinta-feira (05/07) as mesas de discussão começaram a se formar. Alguns dos convidados internacionais são: Silvia Castrillón, colombiana e especialista em políticas públicas envolvendo leitura e escrita, inclusive, é presidente da Associação Colombiana de Leitura e Escrita além de ser consultora de organismos internacionais como a UNESCO e a ONU. Seu livro O direito de ler e de escrever foi publicado no Brasil ano passado. O espanhol Enrique Vila-Matas é um dos grandes nomes da literatura contemporânea, com 33 livros publicados em mais de 30 países, com obras como A Viagem Vertical e Bartleby & Companhia. Alejandro é chileno, professor de literatura na Universidade Diego Portales e teve seu primeiro e premiado romance, Bonsai, adaptado para o cinema pelo diretor chileno Cristián Jiménez, e foi eleito pela revista britânica Granta (2010) um dos 22 melhores escritores de língua espanhola com até 35 anos.
Na sexta-feira (06/07), as mesas continuam. O americano Stephen Greenblatt é professor de literatura em Berkeley e Harvard, autor de obras que influenciaram de modo decisivo nas últimas décadas os estudos sobre Shakespeare – que será o assunto abordado na mesa – e autor de A virada (2011), livro que deu a ele o Pulitzer e o National Book Award. Teju Cole é nigeriano e vive nos EUA, é fotógrafo, historiador e escritor, conta com dois elogiados livros de ficção: Everyday is for the thief(2007) e Cidade aberta (2011), por este, Cole recebeu o prêmio PEN/Hemingway e uma indicação para o prêmio do National Book Critics Circle, e é um dos escolhidos para falar sobre exílio Adonis (Ali Ahmad Said Esber) nasceu na Síria e emigrou para o Líbano para fugir da guerra. É artista, erudito, crítico social e poeta, ninguém melhor para falar sobre Literatura e Liberdade na FLIP.
Sábado o festival continua, e as discussões também. Na mesa 13 falando sobre O Avesso da Pátria, está a cubana Zoé Valdés, que mora atualmente em Paris e é bem clara na sua oposição ao governo de Fidel Castro. É autora de livros como o premiado O Todo Cotidiano e A Eternidade do Instante (2005), recém-lançado por aqui. Ao longo de sua carreira como escritora recebeu grandes prêmios, entre eles o Liberatur Preis, Chevalier des Arts et des Lettres e o Premio de Novela Ciudad de Torrevieja. Outro grande escritor que fugiu de um regime opressor foi o haitiano Dany Laferrière, ele publicou, entre outros, os livros Vers le Sud (2006)e eL’énigme du retour (2009), que recebeu o prestigiado prêmio Médicis. O 4º dia da FLIP ainda fecha com a ilustre presença dos cartunistas Laerte Coutinho e Angeli, falando Quadrinhos para maiores.
No último dia do festival, ainda muita há muita discussão interessante e convidados internacionais importantes. A premiada escritora escocesa Jackie Kay é filha de mãe escocesa e pai nigeriano e foi adotada por um casal branco ao nascer, em 1961. Os poemas de The adoption papers (1991), seu livro de estreia, têm por matéria algo dessa experiência pessoal. Seu primeiro romance, The Trumpet (1998) foi vencedor do Guardian Fiction Award. Kay também escreve peças, contos e histórias infantis. O judeu russo Gary Shteyngart migrou para Nova York aos sete anos e ali publicou O pícaro russo (nomeado livro do ano pelo Washington Post), Absurdistão e Uma história de amor real e supertriste, obras cheias de sátiras e ironias. Hanif Kureishi é filho de mãe inglesa e pai paquistanês. O londrino é dramaturgo, contista e roteirista, além de ter estudado filosofia no King’s College. Escreveu o roteiro Minha adorável lavanderia – ganhador de diversos prêmios e indicado ao Oscar em 1987 – e Sammy e Rosie, ambos dirigidos pelo aclamado diretor Stephen Frears. Para encerrar o último dia do evento, vários dos autores convidados vão ler e comentar alguns trechos dos seus livros favoritos.
É muita programação para ver, aprender e participar. E as crianças também ganham com isso. A Flipinha não é só um evento, mas também um projeto educacional da FLIP. É um programa educativo que treina professores para estimular a leitura de maneira dinâmica e divertida, além de distribuir milhares de livros e patrocinar bibliotecas. Durante a FLIP, também há programação literária infantil, com mesas de autores e ilustradores da literatura infantil, apresentações das escolas, oficinas de arte, bibliotecas, exposições e muitas outras atrações para atrair os jovens leitores. Ou seja, a FLIP é um evento para todas as idades!
Não deixe de visitar a Festa Literária Internacional de Paraty, se não este ano, no próximo, porque há sempre uma programação incrível com convidados muito especiais! Para saber mais sobre o evento, é só acessar o site oficial.