Ricardo Bräutigam, mais conhecido como Cadinho, fundador da super cool Ausländer, e sua amiga, a atriz Thaila Ayala, foram os Viajantes CI no Coachella deste ano. Os dois viajaram com um monte de amigos, e Cadinho conta agora pra gente tudo que aconteceu por lá, dentro e fora do festival.
1 – O Coachella é um dos maiores festivais de música do mundo e difere dos demais em muitos aspectos. O que você acha que ele oferece de mais legal?
O mais legal é o ambiente mágico criado. Um gramado imenso, super bem tratado, cercado de palmeiras imperiais que ascendem conforme a música, intervenções artísticas gigantes, excesso de conforto para entrar, beber e ir ao banheiro. São 6 palcos com bons artistas tocando simultaneamente.
Lá é possível assistir a um show deitado, a uma distância ótima do palco. Não tem empurra-empurra, muito menos tumulto. Todos vão pra se divertir e tem música pra todos os gostos.
Fomos com um grupo grande e cada grupinho assistia a uma banda diferente. É possível agradar a todos.
2 – O que não pode faltar na sua bagagem e como você se preparou para o festival?
Não pode faltar um tênis confortável, pois o lugar é realmente muito grande e exige longas caminhadas para chegar de um lugar a outro, e também um pacote de internet ou chip americano.
3 – Teve alguma coisa que você esqueceu de levar e precisou muito?
Já é meu sexto ano no festival, já estou escolado, mas uma vez esqueci de levar um casaco e passei o maior frio. A temperatura lá costuma ser super agradável. Calorzinho de manhã e friozinho à noite, mas é bom ir preparado, pois pode ser que esfrie além da conta.
4 – Quais atrações você estava louco pra ver?
AC/DC, Drake, Kiesza e Clean Bandit.
5 – Em festivais rolam shows simultaneamente. Rolou de duas bandas que você queria ver tocarem no mesmo horário? Quais foram as suas escolhas?
Sim, sempre acontece. Esse ano tinha Kiesza e Azealia Banks, Alt-J e Kasabian, Flostradamus e Sbtrkt, David Gueta e Odesza, Jamie XX e Florence. Tento pegar o melhor de cada banda. Estudar o setlist deles, e entender se tocam as melhores músicas no início ou final dos shows, e sair correndo de um pro outro.
O que o pessoal não imagina é a quantidade de shows legais que você perde por não aguentar chegar cedo no festival. Tem bandas legais a partir de meio-dia. Mas se você chega essa hora, não aguenta ficar até os artistas principais, como Drake e AC/DC.
Esse ano, perdemos a Mø, RAC, George Erza, Sta Lucia, Martin Solveig, Vance Joy, Marina and the Diamonds. (Nomes não tão famosos, mas todos com hits tocando nas rádios e prontos pra estourar).
6 – Conte mais da experiência. Quais dicas você daria pra quem ama música e quer passear por festivais pelo mundo?
A dica é ir ao máximo de festivais possíveis, pois por mais que tenham atrações “repetidas”, a atmosfera de um festival pra outro muda muito. Outra dica é pesquisar com os amigos que entendem mais de música quais bandas eles gostariam de ver. Pois esses festivais têm as atrações principais mais conhecidas, mas são formados basicamente de nomes menores, que às vezes não nos lembram nada, mas têm aquela música que você ama e nem sabia que era deles, entende? 😉
7 – Que achou do estilo da galera de lá?
O Coachella já foi uma referência em lançar tendência de moda. Hoje, pode ser considerado um polo de “afirmação de tendência”. Lá você consegue enxergar bem o que pegou ao longos dos anos. Chapéu, franjas, botinhas, camisas estampadas, hits entre a galera formadora de opinião, agora estão por todo o lado.
8 – O estilo da galera serviu de inspiração para suas próximas criações e planos?
Fiz um desfile em 2010 inspirado no Coachella, que contava com uma banda internacional ao vivo e até plateia em pé. Foi considerado o melhor desfile do Fashion Rio pelo O Globo.
9 – Passeou por outras cidades, além de Indio? Deu um pulinho em Los Angeles? Se sim, quais são suas dicas sobre a cidade?
Acabei aproveitando pra ir pra Las Vegas e Los Angeles. Adorei. Em Vegas, todos os grandes hotéis disputam dia a dia os melhores djs. É normal ver David Guetta de dia na Pool Party e ter que escolher entre Avicci ou Calvin Harris à noite.
Los Angeles é encantadora. Ótimos restaurantes. Fomos no Gjelina (opção orgânica, super cool), no Chateau Marmont (sentamos na mesa ao lado da Katty Perry e Kelly Osborne, sempre tem famosos por lá, rs), o clima excelente do Nobu (restaurante japonês em Malibu), entre outras opções deliciosas.
A noite é super divertida também. Um dia fomos ao show da Lilly Wood and the Pricks (cantam aquela música “Prayer on The C”) e no outro vimos a Elliphant no Rooftop do Hotel Standart, no centro de Los Angeles.
Uma boa opção também é ver o jogo do Lakers no Stamples Center. Mesmo quem não gosta de basquete fica impressionado com o show de entretenimento dos americanos e a infra estrutura das arenas (que colocam as recém reformadas “arenas” brasileiras no chinelo).
10 – Valeu, Cadinho! Pronto para o próximo festival internacional? Qual vai ser e o que você leva de aprendizado?
A ideia é ir no Way Out West, em agosto, na Suécia. Lá parece ser o novo polo lançador de tendência. Não é à toa que várias novas grandes marcas do mundo da moda vêm da Suécia, como H&M, Acne e APC.
O aprendizado é acordar cedo, dormir tarde e curtir todos os momentos da viagem. Descansar quando chegar no Brasil. Obrigado pela experiência.