Já pensou desejar muito visitar uma cidade para conhecer um ponto turístico em específico e de repente ele deixar de existir? Que bronca, hein? Bom, então se liga no que deu hoje na Folha.
A Torre do Big Ben, relógio mais famoso do continente europeu, está inclinando. Aos pouquinhos, é verdade, mas já o suficiente para ser notado a olho nu. Os 96 metros de construção podem ser contemplados em sua involuntária inclinação se você estiver na praça do Parlamento, olhando para em direção ao Tâmisa.
O desnível tem possível causa nas constantes modificações que o subsolo em torno do ponto turístico sofreu: um estacionamento construído na década de 70 e a extensão das linhas do metrõ da cidade encabeçam a lista.
Mas não é só a torre de Big Ben que está “caindo”. A Torre de Pisa, na Itália, vem despencando em camera lenta desde o início de sua construção, em 1173, e no século XX chegou a “cair” cerca de 1,2 mm por ano. Em 1997, depois de atingir 5,5° de inclinação, a torre foi fechada para reformas, numa tentativa de evitar que o monumento caísse. Uma equipe de 12 engenheiros foi responsável pelo projeto que salvou a construção e devolveu 40,6 cm da inclinação já atingida. O engraçado é que no caso de Pisa, sua condição “torta” passou a integrar seu imaginário e mesmo que houvesse um plano para deixá-la completamente ereta, dificilmente seria levado a cabo.
Mudando um pouco o viés do possível “desaparecimento” de pontos turísticos e históricos importantes do nosso mundo, chegamos a Veneza, também na Itália de Pisa. Lá, além do risco da cidade simplesmente ceder aos seu próprio peso e acabar sumindo no mar, é também o monte de água que a abraça que põe em risco sua beleza. Nos últimos cem anos, Veneza afundou pelo menos 23 cm, entre a elevação do nível das águas e a compressão do solo, causada pela construção de poços artesianos pela cidade e as enchentes e marés causam alagamentos pontuais aqui e acolá. Mais de 80 cm de maré, por exemplo, fazem sumir a praça de San Marco.
E por fim, completando nosso ciclo de lugares que você precisa visitar antes que sumam como os conhecemos, está o Monte Everest, no Tibet, que por culpa do aquecimento global, a erosão causada por ele e da inclinação do relevo têm perdido 1,7 mm por ano em média. A compensação é que, pro ser uma montanha formada do encontro de duas placas tectônicas (a da Índia, que encontrou a da Eurásia), a perda é compensada com um crescimento (sim!) entre 0,5 mm e 0,8 mm ao ano. Ainda assim, o Everest segue sendo a montanha mais alta do mundo, com 8.848 metros de altura.
Incrível, hein? Quais desses pontos você espera visitar logo antes que eles “desapareçam”?